Muito se fala sobre a atual indústria de jogos japonesa, e infelizmente andam falando mal (em certo aspecto), eles mesmo da terra do sol nascente já andam desacreditados das suas próprias obras, principalmente quando o assunto é JRPG. Aquela velha fórmula de batalhas por turno, a jornada do herói, World map e tudo o que define os afamados JRPG's parece não agradar como outrora. Resolvi então defender a causa, e para isso citarei alguns excelentes exemplos de que essa fórmula, ao menos para mim, ainda funciona perfeitamente.
Tenho obrigação de começar falando sobre ele, que pra mim é o melhor JRPG que eu já joguei em toda a minha existência carnal (se é que existe outra). Indiscutivelmente a história mais madura que eu já vi em um JRPG, trata sobre filosofia como nenhum outro jogo do gênero jamais tratou, a história é tão densa, que você provavelmente se verá jogando novamente para tentar absorver toda a informação que lhe é dada durante o jogo. Contém um sistema de batalha bem interessante, ora você controlará os personagens e irá evoluir os seus combos (sim, Xenogears conta com um sistema baseado em combos que é bem interessante), ora você controlará os seus Gears que são uma espécie de Robôs gigantes e que têm um papel importante no decorrer da história. Contamos também com uma trilha sonora que beira a perfeição, tendo como criador das melodias o excelente Yasunori Mitsuda, que no final do jogo nos presenteia com a bela canção chamada "Small Two of Pieces" na céltica voz de Joanne Hogg. Com todos esses atributos Xenogears se consolida como o melhor JRPG já criado até então, ao menos para esse que vos fala.
História: 10
Jogabilidade: 8
Música: 10
Gráfico: 6
Diversão: 8
TOTAL: 8,4
*******************************************
Dragon Quest VII, assim como todos os outros da série, é quase como uma antítese ao Xenogears quando o quesito é história, contando com uma história bem mais "light" e não por isso menos divertida, DQVII tem essa proposta mesmo, lhe divertir, e "byte que partiu", como você se diverte ao jogá-lo. Contando com o sistema de batalhas mais Old School possível, não deixa nada a desejar, temos as boas e velhas batalhas aleatórias, os inimigos caricatos desenhados pelo tradicionalíssimo mangaká Akira Toriyama, sistema de evolução baseado em Jobs (lembra bastante o de Final Fantasy V) e gráficos bem abaixo da média (Não que isso tenha importância para mim). Musicalmente você pode se deleitar com as lindas melodias compostas pelo mestre Koichi Sugiyama, que se encaixam perfeitamente com o contexto do jogo como a clássica Overture. Dragon Quest VII não tem a pretensão de ser um jogo sério e nem de contar uma história rebuscada e cheia de pensamentos filosóficos, mas ao que ele se propõe, consegue concluir com maestria.
História: 7
Jogabilidade: 9
Música: 8
Gráfico: 5
Diversão: 10
TOTAL: 7,8
*******************************************
Assim como Dragon Quest, Lufia II é outro grande exemplar de um JRPG Old School (até por que, de fato é), e assim com o seu similar, também não se preocupa em contar uma história épica cheia de assuntos adultos ou coisa do tipo, apesar de ter a sua dose de momentos memoráveis. O sistema de batalhas, assim como os outros dois jogos supracitados, também se baseia em batalhas aleatórias, porém só no World Map, nas famigeradas Dungeons a coisa muda de figura, contando com inimigos visíveis e uma boa dose de estratégia para iniciar a batalha da melhor maneira (Pegando-os por trás. Ui!), conta também com vários Puzzles durante o jogo, o que garante uma boa dose de diversão para aqueles que gostam de desafios de raciocínio. Em termos de trilha sonora Lufia II não se destaca tanto quanto os outros dessa lista, mas mesmo assim o compositor Yasunori Shiono fez o seu dever de casa e nos traz um bom set de músicas, não estupendas, mas inesquecíveis como a Battle 2.
História: 6
Jogabilidade: 9
Música: 7
Gráfico: 7
Diversão: 9
TOTAL: 7,6
*******************************************
E para terminar, cito ele que é o divisor de águas quando o assunto é JRPG, digo isso por que até então jogar RPG eletrônico era uma atividade das mais "Undergrounds" e pouco apreciada pelos lados ocidentais do globo. Final Fantasy VII popularizou o gênero como nenhum outro tinha conseguido até então (e foi ele que me iniciou no gênero ora bolas :D ). FF VII não possui uma história tão complexa quanto a de Xenogears, mas mesmo assim é muito bem trabalhada, tudo bem que utiliza de certos clichês do herói desmemoriado, mas não perde o brilho por se utilizar desse artifício. Assim como os demais, temos o bom e velho sistema de batalhas por turno, encontros aleatórios, evolução dos personagens adquirindo experiência através das incontáveis batalhas e um charmoso sistema de evolução das técnicas através das Materias (Sem acento mesmo). Eu poderia apenas citar o nome Nobuo Uematsu e me abster de qualquer comentário a respeito da qualidade musical de Final Fantasy VII, mas não farei nada mais do que "linkar" a música suprema One Winged Angel.
História: 9
Jogabilidade: 8
Música: 9
Gráfico: 7
Diversão: 8
TOTAL: 8,2
*******************************************
Eu sei que poderia ter falado muito mais sobre os jogos aqui citados, mas não quis extender muito o texto. Acredito que os JRPG's talvez estejam em decadência não pelo motivo que geralmente citam, que é a tal fórmula de batalhas aleatórias até perder de vista, mas sim pela falta de criatividade por parte das produtoras somada a ânsia de criar um jogo graficamente perfeito esquecendo o que faz de um bom JRPG realmente algo único, que no caso seria uma história bem contada (seja ela séria ou não) e uma boa trilha sonora que se encaixe com os acontecimentos e que se possível, não ocidentalizem os nossos queridos JRPG's com aquele sistema "MMORPG like".
E para não dizerem que eu sou só mais um Old Gamer ranzinza que só cito jogos da geração 32 bits para baixo, deixo aqui algumas menções honrosas para algumas franquias da geração 128 bits (A atual geração eu ainda não tive o prazer de desfrutar).
Menções honrosas (128 bits):
Xenosaga Episode I: Der Wille zur Macht
Xenosaga Episode II: Jenseits von Gut und Böse
Xenosaga Episode III: Also sprach Zarathustra
Dragon Quest VIII
Kingdon Hearts
Kingdon Hearts II
