LOST



Foram prazerosos seis anos de muito mistério, uma boa dose de ficção e por que não de espiritualidade também? Enfim, Lost chegou ao seu último episódio, e a pergunta que não quer calar é a mesma que dá título a esse post. E aí, valeu a pena?

Se fosse para resumir Lost em poucas palavras, eu diria que a série simboliza a própria perfeição criada para a indústria televisiva, porém eu seria apenas ingênuo utilizando desse vocábulo citado em negrito sem considerar a sua semântica.

Verdade seja dita, assim como qualquer criação humana, Lost também estava passível de erros, e sendo assim, obteve com êxito alguns muitos erros, seja pela ganância das redes televisivas, seja por pequenos deslizes por parte da equipe de criação. Contudo, colocando todo o material exposto durante toda essa jornada, a balança tende muito mais a favor de Lost do que contra, e eu me sinto no direito de defender com unhas e dentes essa série dizendo que a mesma é a maior obra prima já criada para um formato de seriado televisivo.

Recordo perfeitamente da minha sensação ao assistir o primeiro episódio de Lost, a qualidade da série divergia das demais de uma forma absurda, lembro daquele som desconexo da turbina do avião (ainda ativada) após a queda, lembro dos losties em desespero no meio do caos, lembro do médico que, recém acordado no meio do caos, se viu fazendo o que sabia fazer melhor, socorrer, tudo isso na ilha que iria protagonizar junto a eles o maior espetáculo televisivo jamais visto.

O terreno estava assentado, os criadores da série tinham a fórmula perfeita para o sucesso, e como todo bom cientista, a experiência foi um sucesso. Atores talentosos, trilha sonora impecável (Michael Giacchino, obrigado por ter feito eu me emocionar por tantas vezes), e um enredo de fazer qualquer cineasta sentir inveja.

Logo no segundo episódio, nos foi mostrado o modelo que a série recorreria por suas primeiras três temporadas, os famosos flashbacks, mostrando um pouco da vida de cada um que alí estava antes do "acidente". O modelo caiu na graça do público, e não tinha como não cair, afinal de contas, a série sempre foi sobre aquelas pessoas e os seus fantasmas do passado. Quem não percebeu isso até a sexta temporada, eu simplesmente tenho dó, pois achar que o foco da série era explicar os mistérios da ilha é, no mínimo, equivocado. Como eu venho dizendo em algumas discussões sobre Lost, os mistérios sobre a mitologia da ilha e tudo mais, era apenas a "cereja do bolo".

Eu poderia redigir um texto realmente extenso sobre os prazeres que Lost me proporcionou, e a alegria que eu tive de ver um desfecho tão lindo e poético como esse. Mas e afinal, o final foi conclusivo? Ainda bem que não. Quem gosta de histórias fáceis de digerir estava assistindo a série errada, Lost dentre outras sensações, despertava o interesse em refletir, em filosofar, e a cada "pôôô" do final de um episódio lhe fazia ficar em transe pensando no que ocorreu, por que tal pessoa fez o que fez, e eu creio que quanto a essas perguntas relacionadas AS PESSOAS, se nenhuma, ao menos quase nenhuma deixou de ser respondida.

Quem leu até aqui, já nem duvida que a minha resposta ao título do tópico é sim. Sim, valeu a pena cada madrugada "perdida" (com trocadilho), valeu a pena cada lágrima derramada, valeu a pena cada ano esperando chegar uma nova temporada, valeu a pena acreditar no potencial dos criadores, valeu a pena embarcar na idéia da série sem preconceitos ou me encher de expectativas de que a série seguisse o meu rumo e não o da mesma, valeu a pena, valeu a pena, valeu a pena. Agora mesmo estou escrevendo esse texto ao som da trilha sonora, e a única palavra que me vem a cabeça por tudo o que eu obtive dessa série é: Respeito. Por isso respeitarei aqueles que ainda não viram o final e não contarei aqui Spoilers, no entanto o espaço para comentários está aberto, sintam-se em casa aqueles que quiserem deixar aqui as suas opiniões.

Muito obrigado a todo elenco de Lost, muito obrigado Carlton Cuse, muito obrigado Damon Lindelof, muito obrigado JJ Abrams, e mais uma vez, muito obrigado Michael Giacchino, sem vocês esse projeto ambicioso nunca daria certo, projeto esse tão mágico quanto a própria mitologia da série.

Adeus Lost, foi ótimo enquanto durou.


ps: Perdoem possíveis erros gramaticais, essa área nunca foi o meu forte.